sábado, 4 de agosto de 2012

Apagar incêndio: A velha cultura brasileira.


Por quanto tempo a cultura do "apagar incêndio" se manifestará no nosso país? A maldita cultura do improviso, do deixa-que-eu-deixo, e do jeitinho...
Temos lembrado de alguns casos recentes, de tragédias e caos previstos e anunciados com muuuuuita antecedência, e logo nos vem à memória o incêndio, no início do ano, da nossa base na Antártida. Por falta de ação do governo brasileiro, em investir na modernização da Estação Comandante Ferraz, o mundo inteiro assistiu a destruição da base brasileira pelo fogo. A falta de planejamento e de prevenção resultou em prejuízos incalculáveis, grande parte do acervo de pesquisas foi transformado em cinzas em poucas horas, mas o pior mesmo foi perder vidas humanas.  

Toda a tragédia previamente anunciada parece ter pego a todos de surpresa. Logo após o incêndio, o governo viabilizou 20 milhões de reais para a modernização e reconstrução da base.  A velha cultura brasileira, bem ilustrada neste episódio e ao pé da letra, a cultura do "apagar incêndio", mas a que preço? Até quando o Brasil será espectador de tragédias, para depois tomar atitudes? A palavra prevenção, tão disseminada no primeiro mundo, parece não fazer eco na nossa próspera nação do século XXI.

Seria infinitamente menos custoso se tivesse havido prevenção e planejamento, talvez se tivessem ouvido os militares que já anunciavam problemas 6 anos antes, a tragédia teria sido evitada. Quem afinal pagará a conta? Como sempre, provavelmente o povo brasileiro.

Em paralelo, se prestarem atenção nas decisões do TCU, que fizemos questão de publicar aqui, o início do movimento Operação Despertar e mais recentemente a criação da AFLEX foram previamente anunciados. Será que os governantes pensam que o povo será sempre massa, acéfala, de manobra? Sabemos que basta uma fagulha para que um barril de pólvora voe pelos ares, na realidade as vezes basta um. É uma inconsequência pensar que a injustiça que envolve centenas de brasileiros, servidores do governo brasileiro, ficaria encoberta para sempre.

O  gigante Brasilis, que tanto amamos, é o anfitrião da década, conseguiu levar a Copa do Mundo e as Olimpíadas para casa, mas ainda tem que aprender a se comportar como adulto, pois conforme o dito popular "criança que brinca com fogo acaba fazendo xixi na cama."

Reivindicamos o que deveria ser o marco limitador de qualquer relação patrão/empregado, uma LEI ! Mas não uma Lei Frankenstein que dá margens a remendos, onde enxerta-se lei brasileira, lei local, convenções e leis internacionais, em prejuízo ao trabalhador.



Diretoria da AFLEX

2 comentários:

  1. Sou funcionária local há mais de 16 anos e onde trabalho já passaram vários chefes, uns bons, outros péssimos, e outros indiferentes a tudo. Cada Embaixador interpreta os deveres dos funcionários de maneira própria e sobre os direitos, muitos nem querem saber que existem direitos, infelizmente.
    Precisamos sim de um "marco limitador" conforme vocês falaram no artigo acima e torço para que o Itamaraty não puxe para trás.
    Obrigada pela dedicação de todos vocês.

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  2. Ana Cristina Mendonça21 de agosto de 2012 às 18:00

    Gente, a época da escravidão já acabou !!!!!
    O que estão fazendo é um absurdo...

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